Visitei este espacinho meu que abandonei e negligenciei há muito tempo atrás...
Devo esta visita a uma pessoa com quem discuti sobre escrever. Constatamos que ambos deixamos de escrever. Constatamos (constatei eu!) que crescer trazia dessas coisas... Que fazia parte!
Mas hoje, senti-me estranho, diferente. E numa reflexão que durou uma pequena viagem de metro, percebi que se calhar, paramos de escrever não por crescermos e passarmos a achar que a magia é coisa de crianças... mas por uma mera questão de tempo!
Isto, para mim, é uma reflexão de carácter pessoalíssimo.... Quase tudo na minha vida acabou antes do tempo, quer coisas más quer coisas boas. O ponto comum, é que a maioria das coisas na minha acabaram, de um ponto de vista temporal, sempre a meio... Sempre antes de completarem uma volta inteira do relógio!
É estranho, irónico até talvez, como a maioria das coisas que nos fogem pelos dedos acabam assim, em datas, em momentos tão caricatos... Seja para o bem, seja para o mal. A uma semana dum momento especial... Ou a um mês... Coisas assim.
Quando aqui entrei, isto tornou-se mais caricato ainda... Daqui a pouco menos de um mês e meio, faria (já não faz, devido a este post!) um ano desde a última vez que aqui estive, que aqui escrevi...
Sempre a faltar um pedacinho para que tudo seja redondo...
Quando penso nisso, é mesmo um retrato que se cola à maioria das memórias que tenho... Parece faltar sempre um bocadinho em todas elas, parece que tudo acaba cedo demais.
Fica-me apenas a dúvida: serei eu simplesmente um insatisfeito...? Ou há mais nisto do que parece...?
Menos semana, menos mês... Fará alguma diferença? Fará toda a diferença...?
***
Existem pessoas cuja existência é ligeiramente diferente... Não lhes morrem as coisas a meio, ou a três quartos... Pelo contrário, tudo nas suas vidas é cheio, repleto, sempre a 100%. Costumo imaginar que estas pessoas vivem como que numa rotunda. Tudo nas suas vidas acaba por dar sempre a volta inteira que precisa. Tudo acaba após um circulo perfeito...
Mas também isto levanta um problema: numa rotunda, acabar no final desse circulo pode significar simplesmente nunca ter saído de todo! Ou ter simplesmente percorrido quilómetros... Apenas para voltar ao mesmo sítio!
E se por vezes isso é simplesmente o ideal... De certo haverá outros onde perdemos não só tempo... Perdemos rumo.
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Não gosto de rotundas.
Desde hoje, gosto ainda mesmo.
Lembram-me que tudo na vida tem um principio, um ponto de entrada... Mas que se não tivermos cuidado podemos nunca encontrar a saída e nunca chegar a um fim...
Mal por mal, antes perder sempre um bocadinho de tudo... Pelo menos tudo tem um fim. Bom ou mau, isso agora depende da visão de cada um!
Não foi o meu melhor texto... Não foi de certo o mais inspirado. A inspiração, como quase tudo o resto, também pode vir a três quartos ou até ficar a meio.
Para acabar numa nota positiva, vale a pena dizer que todas as rotundas têm uma saída. E que as semanas e meses que acabam antes do seu tempo provavelmente não farão grande falta. No primeiro caso, é só uma questão de procurar bem e com cuidado. No segundo caso... É só pensar bem nas semanas que se viveram (e porventura nas que se viverão!) e não nas que ficaram por viver - as primeiras vão com certeza compensar as segundas.
À pessoa que me levou a escrever isto... Obrigado. E fica aqui uma ideia para debatermos: se deixamos de escrever porque crescemos.... Estarei eu a mingar? =O Ou simplesmente a envelhecer...? =)
Uma boa noite a todos,
Tiago Vaz
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